segunda-feira, 22 de junho de 2009

Lobos em pele de Cordeiro

Como diz o ditado, “notícia ruim vem a galope”. Na última semana, a informação de que um shopping da cidade iniciou negociações com uma empresa de estacionamento privado deixou em alerta a prefeitura e a população. A cobrança desse tipo de serviço é motivo de uma antiga queda de braços entre a prefeitura de salvador e administradoras de shopping centers. Esses estabelecimentos comerciais reclamam por ter grande parte de suas vagas ocupadas por não clientes, ou seja, o motorista que trabalha no prédio ao lado e não tem pretensões de fazer compras. Ainda assim, a legislação municipal assegura a taxação das vagas como ilegal. No meio dessa disputa está o consumidor que, se não abrir o olho, pode ter de botar a mão no bolso.
Quando esses empreendimentos surgiram, em Salvador, no final da década de 70, eles ofereciam a seus clientes conforto, comodidade e segurança, vantagens que levaram o comércio de rua, a exemplo da Baixa dos Sapateiros, entrar em franca decadência. Agora, com os consumidores conquistados, eles querem voltar atrás e rever os benefícios oferecidos. Como se a população, de certa forma, já não pagasse por esse serviço embutido no valor dos produtos.
O fato é que a cidade se desenvolveu no entorno desses estabelecimentos comerciais e, de forma desordenada, não houve planejamento para a criação de novas vagas de estacionamentos. É evidente que os shoppings não vão querer pagar essa conta.
As administradoras podem até negar sua vontade de cobrar pelo serviço, mas, como lobo em pele de cordeiro, estão só esperando a prefeitura afrouxar o cerco para, aí sim, dar o bote. Prova disso, é a bilhetagem eletrônica já instalada na maioria dos shoppings.

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