quinta-feira, 24 de junho de 2010

Reforma Agrária e biodiesel: soluções sustentáveis para o Brasil

A tragédia ambiental, promovida pela exploração irresponsável do petróleo no Golfo do México, faz pensar até quando os homens vão insistir no uso de energias poluentes. Nesse momento, é necessário ampliar o debate em torno de práticas ecológicas e economicamente sustentáveis para que a população conheça e possa cobrar soluções mais viáveis a seus governos.

Um caminho favorável vem sendo traçado por assentamentos de reforma agrária, na Bahia. A política social de terras, que outrora fora denominada pelo neoliberal Fernando Henrique Cardoso como “atrasada”, mostra que o desenvolvimento sem degradação e com inclusão social pode avançar no Brasil.

Assentamentos como o Baixão e União, na Chapada Diamantina, estão cultivando a mamona para a produção de biodiesel. A oleaginosa tem comprador certo, a Petrobrás. A empresa implantou uma usina de bicombustível no estado que atende a 55 mil agricultores familiares. Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário incentivou a criação de “Pólos do Biodiesel”, em diversas regiões da Bahia, e presta assistência técnica a esses produtores.

Famílias que viviam na absoluta miséria, hoje, geram renda e aquecem a economia nos municípios, reduzindo o impacto ambiental da cadeia produtiva até o consumo propriamente dito. Elas têm a garantia da compra em contrato firmado com a Petrobras, se organizam em cooperativas e desenvolvem combustíveis renováveis a partir de plantações que se adaptam ao clima e solo local.

Ora, cadê o atraso? Anacrônico é pensar que o povo pobre é incapaz de produzir. Não precisa ser sociólogo para ver que iniciativas inteligentes e bem articuladas podem elevar a condição social desse país. Bastou o bom senso de dar o que é de direito ao povo, terra e condição de produzir, para as coisas fluírem.

Atrasada é a política da elite, que vê pobre como problema e não como conseqüência de governantes estúpidos, que se lançaram ao poder para governar em favor de meia dúzia de empresários. O Brasil deve e pode incentivar o desenvolvimento do biodiesel dando uma lição de sustentabilidade ao mundo.